Entidades ligadas ao setor agropecuário apoiam a revisão
dos decretos que criam as unidades
Responsável por uma contribuição expressiva no Produto
Interno Bruto (PIB) e na geração, direta
e indireta, de emprego e renda no Estado de Rondônia, o setor produtivo está
diante da maior ameaça à sua existência
nos últimos anos.
O temor que hoje assombra o agronegócio e a economia de
todo um estado começou a ser criado ainda no ano de 2018,
quando o Governo
Estadual da época
publicou, da noite para o dia,
a criação de 11 Unidades de Conservação (UCs) em Rondônia.
A primeira argumentação contrária do setor é de que os decretos de criação não observaram os critérios técnicos
legais exigidos, como a realização de audiências públicas
e indenizações de famílias
que, há anos, vivem e produzem nestas regiões.
O capricho teve uma resposta
à altura: a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero).
Intitulada de “CPI das Reservas”, a comissão busca,
justamente, investigar a criação das 11 unidades.
MANIFESTO
A “CPI das Reservas” ganhou, rapidamente, o apoio de
Entidades Representativas do Setor Produtivo do Agronegócio Rondoniense que, juntas, criaram
o “Movimento Rondônia
Sustentável”. O grupo tornou público, nos últimos meses, o “Manifesto
Segurança Jurídica - Apoio à CPI das Reservas”.
No documento, as entidades questionam, com base em dados mais recentes e na legislação vigente, a criação arbitrária das unidades. Entre os
argumentos sólidos estão: a ausência de questionamentos
e consultas públicas à sociedade, o que poderia configurar violação ao princípio da transparência; ausência de
indenizações às famílias que produzem, há anos, dentro das áreas; além da ausência
de estudos de impactos sociais,
ambientais e econômicos que são exigidos em lei.
Em determinado trecho do manifesto, o movimento questiona:
[...] Um Estado
que possui mais de 60% do seu território preservado precisa reduzir sua área de ocupação para ser sustentável?
Ambientalmente, Rondônia precisa criar
unidades de conservação para buscar ganhos
financeiros e valorização de produtos e
produtores pelo que têm preservado?
A quem beneficia a criação de UC em áreas
ocupadas por rondonienses? [...]
SOLUÇÕES
Além de solicitar esclarecimentos acerca da legalidade dos decretos, o movimento pede que o Governo
do Estado anule ou altere a criação
das 11 unidades de conservação.
As entidades também
encaminharam apelos aos senadores da República. Entre
as soluções propostas está a votação,
em regime de urgência, da “Manutenção do Marco Temporal” para a demarcação de terras indígenas.
A argumentação é de que o setor agropecuário em Rondônia,
bem como em todo Brasil, precisa de segurança jurídica para planejar e investir no setor
agropecuário de forma sustentável.
Outras propostas envolvem: a regulamentação da função
social da terra; o restabelecimento da reintegração de posse; a regularização fundiária, demarcação de quilombo;
e a restauração do equilíbrio dos Poderes.
Em outro manifesto endereçado aos senadores, as entidades
concluem: “Ressaltamos
que essas pautas são cruciais para
manutenção de pautas da família, para manutenção e o crescimento do país, contribuindo para a estabilidade econômica
e o bem-estar de nossos cidadãos”.
0 Comentários