Por Rondoniadinamica
Porto Velho, RO – O maior sintoma antidemocrático visto nas eleições de 2022 são as discrepâncias abissais observadas nas prestações de contas dos postulantes à Câmara Federal por Rondônia, por exemplo.Enquanto uns recebem, para se ter ideia, apenas R$ 7 mil do Fundão Eleitoral – valor que mal custeia materiais impressos produzidos pelas gráficas –, outros, como o líder da bancada federal rondoniense e concorrente à reeleição Lúcio Mosquini, do MDB, estão com R$ 2,5 milhões em dinheiro público para “torrar”.
Na falta de uma expressão melhor no vocabulário tupiniquim para definir a situação execrável tacha-se de maneira assertiva o contexto como algo vergonhoso e obtuso.
Não há como emparelhar novatos e veteranos se os recursos, bilionários, inclusive, custeados com o suor do cidadão comum, são distribuídos de forma a privilegiar quem já é privilegiado.Homens ricos, mulher milionárias, enfim, recebendo quantias desenfreadas dessa monta astronômica autorizada, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O valor exato? R$ 4,9 bilhões!
E no discurso o pretexto para as cifras exorbitantes dos valores envoltos ao Fundão Eleitoral, ou Fundo Especial, como queira o (a) leitor (a), sempre foi o aprimoramento da democracia. Tornar a contenda eletiva um pouco mais justa e menos penosa para que não dispõe de ferramentas para bater de frente com quem já ocupa espaços no sistema.
"OS HUMILDES DO FUNDÃO":
"OS ABASTADOS DO FUNDÃO":
Os principais arquétipos desse tipo de diferenciação econômica catastrófica, ao menos na visão deste site de notícias, são Cristiane Lopes, do União Brasil, com R$ 1,5 milhão; o ex-secretário de Saúde Fernando Máximo, da mesma legenda, com R$ 1,5 milhão; e Eurípedes Clemente, o Lebrão, correligionário dos dois primeiros, com R$ 1,4 milhão.
E tirando o já mencionado Mosquini, com seus, repise-se, R$ 2,5 milhões, cita-se, também na fileira dos duplamente milionários em termos de Fundão, o seu colega de Parlamento Mauro Nazif, do PSB, ex-prefeito de Porto Velho, que dispõe de R$ 2,3 milhões para fazer campanha.
No outro polo, pinçados de forma aleatória, se vê Samuel Costa, do PCdoB, que disputou a Prefeitura da Capital contra Cristiane Lopes e outros adversários em 2020. Ele tem R$ 74,8 mil.
Dr. Amadeu, do Patriota, ficou com R$ 20 mil; Vanuza Machado, do Avante, está com R$ 65 mil; o ativista indígena Almir Suruí, do PDT, conserva R$ 85 mil. E há ainda o coitado – financeiramente flanado –, do Babá do PSOL, com os seus também já mencionados R$ 7,3 mil.
Com essa dinheirama derramada sobre quem já tem recursos, poder, visibilidade, fica o questionamento: isto é democracia?
Com a palavra, o (a) eleitor (a).
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