Um bebê prematuro de cinco meses, declarado natimorto pela equipe da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco (AC), foi retirado do próprio velório com vida nesta sexta-feira (24). O caso chocou familiares e mobilizou o Ministério Público do Acre (MP-AC) e a Polícia Civil, que investigam as circunstâncias do ocorrido.
De acordo com o MP-AC, cerca de 12 horas após o bebê ser declarado morto, uma funerária particular o levou para o cemitério, onde seria sepultado. Antes do enterro, uma parente pediu para abrir o caixão e percebeu que o bebê estava chorando e se mexendo.
A criança foi levada imediatamente de volta à maternidade, onde recebeu atendimento emergencial e foi internada na UTI neonatal. Segundo o último boletim médico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), o bebê está intubado, em ventilação mecânica e estado grave, porém clinicamente estável.
A Sesacre informou que o bebê havia sido declarado sem sinais vitais após parto normal, na noite de quinta-feira (23), e que todos os protocolos de reanimação foram seguidos. O órgão abriu uma investigação interna para apurar o caso e destacou solidariedade à família.
Os pais da criança, naturais de Pauiní (AM), buscaram atendimento em Rio Branco para o parto prematuro. O MP-AC solicitou informações à Sesacre e à direção da maternidade e afirmou que vai acompanhar o caso “para garantir que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas e responsabilidades apuradas”.
A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na maternidade neste sábado (25) e deve ouvir profissionais que participaram do atendimento.
O caso repercutiu nacionalmente e reacendeu o debate sobre falhas em protocolos hospitalares e a necessidade de revisão dos procedimentos de verificação de óbito neonatal.
