Na última oitiva da CPMI do INSS, realizada nesta segunda-feira (1º), o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) questionou o advogado Eli Cohen sobre o envolvimento do Partido dos Trabalhadores nas fraudes contra aposentados e pensionistas. O depoente afirmou que, de acordo com suas investigações, “a turma do PT sabia”.
O advogado relatou que, desde 2022, quando iniciou as apurações, passou a receber ameaças. “Várias”, disse. Segundo Cohen, com a ajuda da Controladoria-Geral da União (CGU), foi interrompido um esquema que movimentava R$2,8 bilhões em fraudes. Ele afirmou que denunciou as irregularidades à Polícia Civil de São Paulo em abril de 2023 e, meses depois, repassou dados a jornalistas que divulgaram o caso.
Durante as primeiras horas do depoimento, Cohen descreveu o funcionamento das associações de fachada que promoviam descontos indevidos em benefícios, afetando cerca de um milhão de aposentados e pensionistas. Citou nomes de empresários e lobistas que chefiaram o esquema, entre eles Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”.
Diante das revelações, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), pediu o encaminhamento de solicitação ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prisão preventiva dos citados. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), apoiou a medida e cobrou também o bloqueio de bens.
Segundo Cohen, três entidades controladas por Camisotti — Ambec, Unsbras e Cebap — teriam movimentado cerca de R$1 bilhão em descontos ilegais. Ele acusou ainda a Contag e a Cobap de conivência com as práticas. Questionado, disse não ter conhecimento do envolvimento de ex-ministros da Previdência ou de ex-presidentes do INSS.
O relator também requereu proteção policial para o advogado, devido às ameaças recebidas. A medida foi confirmada pelo presidente da CPMI.
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