Preços estratosféricos inibem pessoa de adquirir passagem aérea em Rondônia
Porto Velho, RO - O final de ano está chegando com o Natal no dia 25 do próximo mês, e o Ano Novo no primeiro dia de 2025. Sinônimos de viagens para aproveitar as férias e visitar parentes e amigos em outros Estados. Rondônia foi colonizada por pioneiros de várias partes do País, com destaque para São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além dos estados nordestinos.
Apesar de o período ser oportuno para viagens, visitar amigos e parentes em outras regiões, o morador de Rondônia encontra uma série de empecilhos para poder realizar seu desejo, porque é pessimamente servido pelas empresas aéreas (Azul, Gol e Latam), com voos reduzidos e preços estratosféricos, que inibem qualquer pessoa a adquirir passagem aérea.
A nossa “gloriosa” Bancada Federal, composta de três senadores e oito deputados, apesar de seus integrantes voarem todas as semanas de ida e volta à Brasília não reclamam, porque não são eles, que pagam as passagens com os preços absurdos cobrados pelas aéreas, de Rondônia para outros Estados. É o povo que desembolsa os recursos financeiros para as viagens semanas dos nossos parlamentares federais.
Rondônia é discriminada pelas empresas de aviação de forma explícita. É um assalto à mão desarmada. Uma passagem de Manaus às capitais do Nordeste custa entre R$ 1,5 mil a R$ 1,2 mil. Os mesmos destinos saindo de Porto Velho custa acima de R$ 5 mil. Por que?
Seria importante que, no período de férias, dezembro a março, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União) com mandato até o final de 2026, zerasse o ICMS do querosene de aviação, mas exigindo a contrapartida da aéreas. Além de mais voos, porque certamente a demanda seria maior e o custo passaria a ser coerente com a realidade econômica regional.
Uma opção para os moradores de Rondônia que pretendam viajar em férias para o Nordeste, poderia ser o ônibus ou veículo próprio até Manaus, que é uma cidade diferenciada com um parque industrial invejável, graças à Zona Franca e, de lá, utilizar o avião devido ao custo infinitamente menor das passagens para o Nordeste ou outras regiões.
Mas isso é praticamente impossível, porque a BR 319, com cerca de 900 quilômetros, construída na década de 70 não apresenta condições seguradas de tráfego principalmente no atual período de Inverno Amazônico, com chuvas diárias durante meses.
Apesar de ser a única ligação terrestre de Manaus com os demais Estados brasileiros, há pressões internacionais, com apoio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que a rodovia seja fechada. As ONGs internacionais estão interessadas, não na cobertura vegetal da Amazônia, a sua floresta, mas no subsolo, rico em minerais (ferro, manganês, cobre, alumínio, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio), além do lítio, o mais valioso.
Durante audiência no Palácio do Planalto, na terça-feira (12), com a Bancada Federal do Amazonas e o prefeito reeleito de Manaus, Davi Almeida (Avante), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, que a BR-319 (Manaus-Porto Velho), uma demanda da população amazonense há pelo menos 30 anos, deixará de ser um sonho para virar realidade.
“A grande notícia da reunião foi que o presidente Lula nos informou que o licenciamento ambiental da BR 319 vai acontecer. Com o licenciamento, nós vamos poder licitar o asfaltamento dos 400 quilômetros da Terra do Meio, o que significa para o Amazonas ter a BR 319 asfaltada de Manaus até Porto Velho. E isso integrará Manaus com o resto do Brasil, trazendo desenvolvimento, emprego, renda e redução no custo de vida na cidade de Manaus. O grande sonho que se realiza”, comemorou o senador Eduardo Braga (MDB).
Não há dúvida que o posicionamento de uma comissão criada especialmente para analisar a situação da BR 319 pelo Governo Federal, que aprovou a recuperação, lógico com todas as medidas de segurança de preservação, influenciou. Afinal de contas, foram técnicos e não políticos que procederam a avaliação.
A precisão é que no primeiro semestre do próximo ano o licenciamento ambiental será liberado, apesar de a pressão permanente e agressiva de ONGs e até de a ministra do Meio Ambiente, ou do “Meu Ambiente”, porque tem a Amazônia como se fosse dela.
Apesar de ser uma repavimentação, a obra exigirá, não somente a luta permanente contra os “do contra”. A longa estiagem deste ano deixou bem evidente a necessidade de uma 319 transitável. Os rios secaram, o povo ribeirinho ficou sem água potável, alimentos, atendimento médico, etc. Manaus também teve dificuldades com abastecimento, pois a navegação no Rio Madeira ficou limitada e, ainda permanece, porque o nível de água é baixo. E Rondônia e Acre com gasolina e Diesel, da distribuidora de Manaus e depende da navegação.
A “gloriosa” Bancada Federal de Rondônia poderia unir forças com a do Amazonas e também a do Acre, para fortalecer a decisão de o presidente Lula de pavimentar a 319. Rodovia que poderia fechar para o transporte de cargas aos sábados à tarde e domingos, incentivando o turismo, como já disse a ministra Marina, que a rodovia serve apenas para “passear de carro”.
Sobre as aéreas, seria importante que, no período de férias, dezembro a março, o governador Marcos Rocha (União) com mandato até o final de 2026 zerasse o ICMS do querosene de aviação, mas exigindo a contrapartida da aéreas.
Humanos e natureza, seja animal ou vegetal têm de caminhar juntos para que ambos sobrevivam. Os animais se matam para se alimentarem. É a natureza, a Lei da sobrevivência.
O momento para garantir uma BR 319 segura, transitável, viável econômica e socialmente é agora. Bancada Federal, mãos à obra.
Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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