Distorção coloca em risco a eficácia do Conselho Tutelar como um órgão de defesa dos direitos infantojuvenis.

O Conselho Tutelar, uma instituição fundamental para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, tem sido alvo de uma preocupante interferência da política partidária em nosso país. O que deveria ser um processo democrático, pautado pela escolha de indivíduos comprometidos com o bem-estar das futuras gerações, transformou-se em uma arena onde interesses partidários e políticos se sobrepõem ao interesse público.

É alarmante testemunhar como a escolha dos conselheiros tutelares se tornou um meio para políticos e partidos aumentarem seu poder e influência. Muitos candidatos ingressam nessa disputa não com o propósito genuíno de proteger as crianças e adolescentes, mas como um trampolim para futuras candidaturas a cargos legislativos. Essa distorção coloca em risco a integridade e a eficácia do Conselho Tutelar como um órgão de defesa dos direitos infantojuvenis.

A interferência política no processo eleitoral do Conselho Tutelar prejudica diretamente aqueles que mais necessitam de seus serviços: as crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade. Quando a escolha dos conselheiros se torna um jogo de interesses partidários, a atenção às demandas reais desses jovens é frequentemente negligenciada em favor de agendas políticas. A proteção das crianças não pode ser subjugada pela busca por votos ou vantagens políticas.

Além disso, a partidarização do Conselho Tutelar transforma o órgão em palco de disputas ideológicas, religiosas e de ideias retrógradas. As divergências políticas desviam o foco das questões essenciais relacionadas à infância e adolescência, minando a capacidade do Conselho Tutelar de cumprir sua função de forma eficaz e imparcial.

Diante dessa interferência indevida, a eleição para o Conselho Tutelar perde seu propósito original e se torna uma mera competição partidária e política. Nesse cenário, a sociedade e os jovens que dependem dos serviços do conselho são os maiores prejudicados. A democracia também sofre, pois a eleição dos conselheiros torna-se um processo viciado, longe do ideal de representação popular.

Para corrigir esse problema e devolver ao Conselho Tutelar sua integridade e eficácia, é necessário repensar o processo de escolha dos conselheiros. Uma solução viável seria a implementação de um concurso público que avaliasse candidatos com base em seu conhecimento e compromisso com temas relacionados à proteção de crianças e adolescentes. Isso garantiria a seleção dos conselheiros mais qualificados, independentemente de suas filiações políticas.

É fundamental desvincular o Conselho Tutelar de interesses partidários e políticos, preservando seu propósito de proteger e promover os direitos das crianças e adolescentes. Somente assim poderemos assegurar um ambiente onde as futuras gerações possam crescer com dignidade e segurança, longe das manipulações políticas que têm prejudicado nossa sociedade e nossa democracia.