Porto Velho, RO – Daniel Pereira, do Solidariedade, “pegou fogo”, ou, como expressa o anglicismo, estava “on fire”.
Foi o ex-governador que deu o tom incendiário ao penúltimo debate entre postulantes ao Palácio Rio Madeira. O embate ocorreu na SIC TV, afiliada da Rede Record em Rondônia, com mediação irretocável da jornalista Meiry Santos.
As dobradinhas com ele para “cima” de Marcos Rocha, atual regente do Poder, deram a tônica da contenda de modo geral.
Rocha, como não poderia deixar de ser, foi o alvo principal: além de ser a situação, único a defender os próprios feitos – o que é natural –, também surge em primeiro lugar, bem à frente do segundo, o senador Marcos Rogério, do PL, nas pesquisas Real Time Big Data e IPEC. Na primeira, com dezesseis pontos a mais; na segunda, com 11.
No mais, houve a reedição do primeiro confronto entre Léo Moraes, do Podemos, e Marcos Rogério.
Mais uma vez Moraes “levantou a bola” da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) falando sobre nomeações na entidade e da atuação do congressista para atendimento de interesses particulares em detrimento aos coletivos.
Desta feita, Rogério se preparou, e, com documentos e de maneira técnica, refutou o deputado, chegando a exaltar a atuação do socialista Mauro Nazif, do PSB, para estabelecer parâmetros entre quem fez algo ou não acerca do assunto da tarifa de energia.
Léo, indignado, replicou: “A sua cara nem treme, né? Como o senhor mente de forma deslavada. O senhor é o cara que indica família e diretores para a Agência Reguladora. [...]”.
Outra situação que marcou o debate foi a discussão sobre o “rombo” ou superávit deixado pela gestão Daniel Pereira à administração Marcos Rocha.
Pereira defendeu veementemente a hipótese de ter deixado dinheiro em caixa e aproveitou a presença do conselheiro Wilber Coimbra no ambiente para usá-lo de “muleta retórica”, aproveitando o ensejo para tentar validar seus argumentos apenas por citar o membro do Tribunal de Contas (TCE/RO).
Em alguns momentos chegou a soar desrespeitoso e até ridículo como quando Pereira apresentou “denúncia” sobre aquisição de materiais escolares já pedindo a intervenção de Coimbra de forma monocrática, inclusive.
Parecia que o ex-governador se dirigia a um subalterno, empregado, assessor, enfim, sem a mínima consideração pela figura de autoridade independente.
A intenção pode ter sido outra, mas, na toada ofensiva, a gana ultrapassou a cordialidade exortando característica autoritária até então escondida em sua personalidade.
Marcos Rocha, por sua vez, se defendeu como pôde. Aproveitou que havia dois congressistas no recinto e usou seu tempo para cobrá-los em relação a encaminhamento de recursos a Rondônia.
No mais, quase todos exploraram a participação de Pimenta de Rondônia, do PSOL, no debate, agora em sua versão mais “paz e amor”. Enquanto Pereira cumpriu seu papel de eleições passadas de promover ataques deliberados, o postulante socialista manteve a postura e optou por apresentar propostas independentemente de sua colocação nos cotejamentos eleitorais publicados até então.
Em suma, o Rondônia Dinâmica havia publicado na última sexta-feira (23) uma opinião a respeito da oportunidade em se explorar possibilidades para o segundo turno. A oportunidade foi perdida, já que os adversários se concentraram em Rocha, já no segundo turno de acordo com a Real Time Big Data e IPEC, abrindo a esteira para conservar Rogério também na segunda etapa do pleito.
Postar um comentário